quinta-feira, 2 de julho de 2009

Um nirvana espiritual...

O último suspiro (Israel Herison)

Já parou para pensar como será seu último momento?

O que estará passando na sua cabeça?

Como seria você ou eu, no limite das forças, dar o último suspiro.

[Será que teria a ousadia de aceitar esse momento como uma dádiva ou viveria meus últimos segundos numa anarquia apodíctica?]

Que horas serão?

Como estará o clima neste lugar que nem, ao menos, saberia localizar

Estará quente abafadiço ou gélido nebular?

Será que estarei desesperado, ou já satisfeito com meu destino?

Estarei distraído ou consciente?

Vacilante ou incrivelmente atento?

Quieto ou berrando de dor?

Acredito que estarei me sentindo culpado, ou tendo dó de mim mesmo...

Mas... E no meu interior, só se encontrará uma voz murmurante ou, será possível, uma voz suave de quem sabe para onde vai!

Será que a dor é suportável ao ponto de, no meu último arrulho, sussurrar um verso de amor?

Não sei!

Nem ao menos sei se estarei sozinho ou terei alguns discípulos ao pé da cama a chorarem com esse momento?

Onde será que estarei, meu Deus?

Será que estarei abandonado numa rua fria, ouvindo os sons ao longe se confundirem com as batidas ensurdecedoras do meu coração aflito?

Ou será que o meu mundo, pouco a pouco, transforma-se mais em um silêncio ocioso, e este é meu único refúgio neste momento?

Será que a digna fé de um guerreiro épico, que morre em batalha, residirá no meu coração ou se verá apenas uma covardia irresoluta?

O que entenderia como verdade ou fantasia?

Acreditaria em apenas um terrível acaso ou teria coragem de encontrar um propósito para a própria treva que me rodeia neste meu último monólogo?

Teria indubitavelmente que lutar contra a minha própria consciência, que momento difícil para mim! (Falas que nem sei de onde vêm, nem como e quando me abandonarão)

‘’- Será que vivi bem os meu dias?’

Ou ‘será que como um tolo não enxerguei a beleza da vida, e apenas me reservei para resolver meus problemas e aturar meus próprios vícios?’’

‘’- Será que nada me restou a não ser a própria estupidez desse momento, tão inútil para a humanidade, será que vivi mesmo? ou fui apenas como uma máquina programada para seguir as leis newtonianas de ação e reação?’’

Não sei nem se seria bom encontrar estas respostas, tudo começa do medo e evolui, ligeiramente, à frustração...

Será que, de olhos fechados, ainda sim, consigo enxergar alguma imagem que vem de alguma profundeza da minha inconsciente lucidez? É o medo; é só isso o que sinto!

Alguém pode me segurar neste segundo?

Será que não é melhor eu largar todo este fardo que carreguei vida afora para viver, unicamente, neste momento uma paz insegura? E como será que irei encará-la?

Que me espera, então? O que virá depois?

Será que estou seguro agora?

Será que existe um paraíso?

Será que terei alguém por mim do outro lado?

Ou Será que tudo acabará por aqui...

Nem o amparo do ar fresco atmosférico posso mais contar.

Será que terei este segundo apenas para contemplar meu corpo debilitado?

Se eu pudesse voltar de novo à época que nasci e tornar a chegar à vida, o que eu mudaria? Será que não repetiria o mesmo comportamento? Talvez...

O que será que tem lá fora, bem distante dessa dimensão que sempre esteve refém do ditador soberano, o Tempo?

Ah! Se eu pudesse voltar séculos atrás na minha própria existência, não para alterar alguma coisa... não! Apenas para dar um salto no escuro e desafiar-me ao olhar tudo que me amedronta nos olhos de outra pessoa. Isso, tenho certeza que faria.

Tudo é tão escuro, é... mas parece que toda matéria que posso sentir, mesmo sem tocar, está cedendo a algo que é tão claro, branco, inefável... Um mistério, um paradoxo, mas que é tão maravilhoso.

Ah! Que delírio! Não quero que isto passe, até que, de modo inevitável, chegue o fim!

Um comentário:

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